TJSC

Para atuar nas áreas de corte e costura, manutenção de máquinas e logística, 525 detentos do Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí (CPVI) receberam o certificado de conclusão do curso profissionalizante. Sob a supervisão da Vara de Execuções Penais (VEP) da comarca de Itajaí, do Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC), os apenados realizaram a preparação para trabalhar na área têxtil após 536 horas-aula. A Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) realizou a cerimônia simbólica de formatura.

A intenção é que, além de oferecer a possibilidade de ressocialização por meio do trabalho e da descoberta de uma nova profissão, os internos possam trabalhar na confecção de uniformes escolares da rede pública e de lençóis, fronhas e mantas para os hospitais catarinenses. A formação dos detentos foi viabilizada por meio de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/SC).

“O trabalho dentro da unidade, além de permitir a remição, oferece novas possibilidades de serviço quando do cumprimento da pena. É uma forma de elevar a autoestima. Para tanto, a capacitação profissional é fundamental. Além disso, nesse projeto tem um carinho especial porque eles estarão confeccionando os uniformes escolares das crianças catarinenses”, anotou a juíza da Vara de Execuções Penais de Itajaí, Claudia Ribas Marinho.

O Programa SAP Têxtil, iniciativa da Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa, prevê a implantação de fábricas de produtos têxteis em Chapecó, Criciúma, Itajaí, São Cristóvão do Sul e São Miguel do Oeste. Depois de concluído o treinamento – que envolve cerca de 2,1 mil internos –, as cinco unidades estarão aptas a fabricar uniformes e artigos de malha utilizados nos hospitais catarinenses.

A superintendente regional das unidades prisionais do Vale do Itajaí, policial penal Marta Regina Ambrósio, destacou que o trabalho dá dignidade ao interno. “Assim, ele receberá um salário pelo serviço prestado, recurso financeiro que ele pode destinar à família. A atividade laboral nas unidades prisionais também é uma estratégia de segurança”, observou a policial.

A coordenadora de Educação Básica e Profissional do Senai na Foz do Rio Itajaí, Roseméri Matiola, destacou a oportunidade para um recomeço e um novo propósito de vida. “Agora, essas pessoas têm uma profissão e reingressarão novamente ao mundo do trabalho”, disse. Quase 5 mil detentos trabalham no sistema prisional catarinense, o que representa cerca de 20% do total. Essa cifra já chegou a 31%, porém houve uma redução por conta da pandemia.